sexta-feira, 22 de julho de 2011

the storm


Ela anda por ai encharcada olhando para os lados e vendo as pessoas correndo, tentando se esconder da chuva.
Ela não se esconde.
Continua andando sem rumo.
Gosta da agua fria em seu corpo dolorido e do som das gotas batendo no chão molhado por que a confortam, a fazem esquecer seus pensamentos.
A chuva diminui, os gritos voltam a sua cabeça, mas ela continua andando.
Os fones em seu ouvido estão no volume maximo e nem a musica ruim ocupa os seus pensamentos.
Ela grita em silêncio.
Tudo o que ela quer é esquecer.
Tudo o que ela quer é gritar.
Ela esta no auge da loucura.
Ela chegou ao seu limite.
Seu auto-controle agora é uma janela quebrada.
Ela precisa acabar com isso. 
A ventania joga uma mecha do seu cabelo em seu rosto, ela não gosta da sensação, o frio a faz se lembrar que ainda esta viva e que suas lembranças estão queimando assim como o que resta de sua casa agora, assim como as fotos da sua infância, assim como os seus discos de vinil.
Ela continua andando mas agora sabe para onde ir.
Ela sabe como acabar com a tempestade.
Ela só precisa pular para mergulhar nas aguas que a levarão ao fim do desespero.
E quando sente as gotas de chuva em seu rosto mal consegue sentir o seu corpo caindo em direção ao rio de pedras.
E então ela fecha os olhos e espera os gritos na sua cabeça cessarem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário